A literatura na escola. parte 2.
Mas com todos defendendo uma educação justa
e laica e literatura esta sendo tratada de forma correta? Por exemplo, um livro
representa a soma de conhecimentos do autor não somente embasadas no movimento,
mas também de experiências de vida, e de como ele interpretou o mundo a sua
volta. Dessa forma, difícil pensar que o ensino dentro do modo tradicionalista,
poderia ser eficaz, e a aplicação deste em casos semelhantes, como uma fórmula
matemática, por exemplo, seu ensino deve privilegiar métodos que acompanhem sua
diferença em relação às demais matérias.
Outra questão que deve ser
avaliada nesse caso e em relação à própria estrutura oferecida pelas escolas em
relação ao ensino, levando em consideração que este dito modelo tradicionalista
não é aconselhável para o trabalho com a literatura, visto seu caráter
generalista, é fácil perceber a ineficácia de uma aula da disciplina para uma
turma de cinquenta, ou mais, alunos.
Sabendo que a natureza de uma
aula de literatura difere das demais, visto seu conteúdo ser essencialmente
dispare das outras matérias escolares, é preciso analisar o modelo atual de
aula, e apontar possíveis soluções pertinentes ao caso. A estrutura da aula de
literatura segue o mesmo modelo das demais, em que o professor expõe conteúdos geralmente
às características de um movimento literário ou obras e biografia de
determinado autor, em seguida aplicando exercícios que visam atestar a memorização
do assunto exposto.
Esta sequencia que funciona com relativa efetividade em
disciplinas científicas, acaba por prejudicar todo o potencial do conteúdo
literário, pois ignora algo que a literatura vem retratar como os sentimentos
do autor, e a troca com as experiências e situações do leitor. Claro, existem
aspectos que devem ser ensinados, e são obrigatórios para o aluno que deseje
expandir não somente seu potencial como leitor, e de aprendizado, mas o
pensamento e capacidade de raciocínio. Assim, o professor de literatura deve ensinar
como base para a absorção de conhecimentos superiores, á ler, óbvio, atentando
a essa leitura como algo capaz de decodificar primeiramente os significados
primários do texto.
Quem já ensinou literatura, ou
Língua Portuguesa, sabe que nem todo aluno, mesmo em séries avançadas,
conseguem decodificar que forma competente. Após este conhecimento inicial, a
literatura deve fornecer ao aluno a capacidade de interpretar, formar um pensamento
crítico, além de apresentar vivencias que o tirem do lugar comum e apresentam
novas visões e esclarecimentos sobre fatos da vida.
Mesmo quando a relevância que a literatura possui na formação da
identidade das pessoas, favorecendo inclusive que elas se tornem leitoras mais
eficientes, sensíveis e mais críticas da realidade a que estão inseridas,
muitos professores e escolas continuam relegando as atividades com literatura
aos planos mais secundários, esporádicos e superficiais dos trabalhos em suas
salas de aula, cabe a escola, entre outras coisas, tornar seus alunos leitores
eficientes e não apenas meros decodificadores da língua.
A escola é, sem dúvida, um espaço em que a
criança e os jovens passam a maior parte de seu tempo, portanto, é natural que
nela ocorra, não só o contato com a literatura infanto-juvenil, a sala
de aula é um espaço privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela leitura,
assim como, um campo importante para o intercâmbio da cultura literária, não
podendo ser ignorada, muito menos desmentida sua utilidade.
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